1ª Guerra Mundial

Em nossa primeira aula, vimos como a história da Primeira Guerra Mundial tem várias interpretações. Para você, quais foram os principais fatores que levaram as potências europeias e atores extra europeus a entrarem em guerra?

Para complementar o debate sobre as causas da primeira guerra mundial, apresento a vocês algumas teorias das Relações Internacionais aplicadas ao caso em questão. Há, dentro da área de conhecimento das Relações Internacionais, um guarda-chuva teórico, amplamente denominado realista, que tem focado seus estudos em temáticas de segurança internacional. Dentro deste guarda-chuva existem várias posições teóricas, assim como outras abordagens das RIs também trabalham com a temática da segurança. De qualquer maneira, a discussão sobre a 1ª guerra mundial tem suscitado o debate entre autores realistas que entendem o contexto da época como um exemplo do "dilema de segurança" - que se refere ao ciclo no qual as medidas de segurança tomadas por um Estado aumentariam a percepção de ameaça por outros. Para a vertente defensiva dos realistas, não somente a exacerbação de erros de percepção e radicalismos domésticos foram causas da guerra, mas também os aspectos estruturais deste dilema de segurança causado pelo desequilíbrio de poder entre as potências teriam contribuído com o conflito armado. Já para a vertente ofensiva, o dilema teria sido exacerbado pela constante tentativa de expansão de poder das potências.
O que vocês acham destas interpretações?

Referências:

LOUREIRO, Felipe; DE SÁ GUIMARÃES, Feliciano. Multidisciplinariedade e Interdisciplinaridade na Graduação em RI: o ensino de História e Teoria das Relações Internacionais. Mural Internacional, v. 10, p. 37636, 2019.

Pelo que foi exposto na última aula, creio que prevaleça a teoria realista ofensiva. O objetivo expansionista motivado por questões como industrialização, busca de recursos naturais, domínio sobre mercados consumidores foi, no meu entendimento, o pontapé.

A morte do arquiduque em Sarajevo foi fruto, se não me engano, da insatisfação política de uma minoria que estava sob domínio. Entra aí também uma questão que estava crescendo na época e na região: o acirramento das lutas de classes com base nas ideias de Marx.

Além disso, fico com a "pulga atrás da orelha" quanto aos acordos secretos da Alemanha. Qual a necessidade desses acordos secretos? Creio que sejam indícios de segundas intenções. Isso se repetiu na segunda guerra.

A unificação, rápida industrialização e investimento no setor naval da Alemanha ameaçou, principalmente, a Inglaterra que, à época, dominava o setor industrial. Creio isso que tenha sido um fator importante para a eclosão da primeira guerra. Além disso, o nacionalismo exagerado dos povos da região do Bálcãs que lutavam pela sua independência contra a Rússia, que era favorável ao pan-eslavismo que buscava unir todos os povos a um único país.
Minha opinião está mais de acordo com a vertente ofensiva, porque enxergo os antecedentes da primeira guerra como uma constante movimentação em busca de adquirir mais poder territorial e econômico, acima de qualquer objetivo secundário. O fim do Concerto Europeu, dado pela guerra da Criméia, ao me ver, comprova esta tese.

Vou de resumo as observações feitas anteriormente são muito pertinentes vou apenas colaborar com estes fatores:

1)Disputas econômicas entre os países industrializados para conter os concorrentes.

2)Disputas por colônias na África e na Ásia

3)Conflitos internos visando estabelecer o nacionalismo com objetivos de agrupar o Estado os povos pertencentes ao mesmo país mas com costumes e culturas diferentes com viés econômico.